“O Brasil está pronto para uma aventura populista”, diz cientista político

  • Por Jovem Pan
  • 24/08/2016 11h34
Reprodução/Instagram

O processo de impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff está entrando em sua reta final e a pergunta que fica é: como o Brasil vai reagir após a decisão do Senado? Nesta quarta-feira (24), o cientista político Fernando Schüller acredita que o país está pronto para mais uma “aventura populista”, mas que ainda esse líder não surgiu para tomar frente do movimento.

“O Brasil tá pronto para uma aventura populista, assim como ocorreu em 1989 como Fernando Collor, só não apareceu esse líder no momento”, explicou. “A grande discussão do Brasil até agora é sobre o day after. Como o país vai reagir a tudo isso?”, questionou.

Para Schüller, o trauma que os brasileiros sofrerão com esse processo é enorme, mas serve como uma grande lição de democracia, já que todo o processo foi conduzido de forma legítima.

Além disso, o cientista político revela que mesmo o PT já deseja que o impeachment seja resolvido rapidamente para tentar salvar a imagem do partido. Sem apoio nenhum, o professor acredita que Dilma receberá por volta de 60 votos na sessão do Senado que decidirá o seu futuro em 31 de agosto.

“É confortável para o PT que o processo acabe logo e que ela seja afastada. Os erros cometidos e todo o governo da Dilma foi desastroso”, disse.

Schüller acredita que o Partido dos Trabalhadores irá cair apenas se Lula for preso, já que provavelmente irá depender ainda mais de seu carisma com a população. Ele ainda explica que o ex-presidente se defende das acusações do juiz Sergio Moro fazendo política.

“O Lula tenta disputar com o Moro fazendo política. Ele considera que essa é a melhor forma de se defender, criar uma ideia de que haja a disputa entre eles. Não existe isso, existe apenas alguém querendo fazer a justiça”, concluiu.

Confira o cronograma do impeachment:

25/08, às 9h: oitiva de oito testemunhas (2 de acusação e 6 de defesa)

– Etapa não pode ser interrompida
– Sessão pode ter mais de 67 horas
– 81 senadores. Cada um tem 6 minutos para interagir com cada testemunha
– Advogados de acusação e defesa terão dez minutos.
– Pausas: Entre 13h e 14h + 18h e 19h
– Novas pausas de 30 minutos a cada 4h (ou o que Lewandowski quiser)

29/08, às 9h: Dilma se defende presencialmente

– Tem 30 minutos de fala (tempo pode ser prorrogado)
– 81 senadores podem perguntar para Dilma – Terão 5 minutos cada.
– Advogados de defesa e acusação terão 5 minutos cada.
– Sessão pode ter mais de 7h

29/08 ou 30/08, após defesa de Dilma: Discussão do mérito da denúncia

– Acusação X Defesa
– Cada parte tem 90 minutos, com possibilidade de réplica e tréplica de até 60 minutos.
– Por ordem de lista de inscrição, senadores terão 10 minutos cada para uso da tribuna.

30/08 ou 31/08, votação.

– Horário depende do andamento da fase anterior.
– Lewandowski lê relatório com resumo de provas e fundamentos de acusação e defesa.
– 4 senadores fazem encaminhamento da votação. Sendo 2 contra e 2 a favor do libelo acusatório. Cada um tem 5 minutos.
– Votação nominal em painel eletrônico.

*Todas as sessões poderão ser suspensas para às 9h do dia seguinte caso Lewandowski queira.

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