Fernanda Takai lamenta falta de qualidade na música atual: “feitas em 5 minutos”

  • Por Jovem Pan
  • 17/04/2017 12h02
Johnny Drum/Jovem Pan

Fernanda Takai é uma das grandes compositoras do Brasil, mostrando o seu talento em sua carreira solo e também no Pato Fu. Lançando o DVD do álbum “Na Medida do Impossível”, gravado no Instituto Inhotim, a cantora lamentou, em sua participação no Morning Show desta segunda-feira (17), a falta de conteúdo nas músicas da atualidade, que segundo ela parecem ser feitas em cinco minutos.

“A gente sempre reclamou do que é muito bom acabar eclipsado pelo que não é tão bom. O que sinto mais falta hoje em dia é de texto nas canções. Algumas que fazem hoje em dia eu não consigo cantar. Tenho vergonha quando chego numa festa e começa a tocar coisas que não dá para cantar. É uma pena que se dá atenção para músicas feitas em cinco minutos. Sinto que nosso espaço está se perdendo”, disse.

Mesmo com a era digital dominando o mundo e materiais físicos se tornando casa vez mais item para colecionador, Takai quis criar um encarte legal para o DVD “Ao Vivo em Inhotim”. Desde a produção do show no instituto, localizado em Brumadinho, Minas Gerais, até o belo encarte do disco, a artista quis criar um material que atendesse todos os públicos.

“Em termos de divulgar e amplificar nossa existência é positivo [Era Digital]. Eu posso estruturar uma turnê no Japão mandando o material daqui e criando uma curiosidade para eles lá. O fato de eu lançar um DVD e CD num suporte físico caprichado e com arte chama a atenção, porque é raro você ter um produto brasileiro com isso. Eu fiz isso por que sou público também, não só artista. Oferecer a música em todos os suportes para públicos diferentes é importante”, explicou.

Takai relembra que quando as músicas começaram a aparecer em formato MP3 no final dos anos 1990, ela e outros artistas temeram pela sua “extinção”.Hoje em dia, organizações de direitos autorais ajudam bandas a ganharem dinheiro monitorando quem anda utilizando as obras em diversos meios como cinema e TV.

“Eu sinto que a turma da música tomou a maior pancada inicial que hoje as outras frentes estão tomando, que foi a pirataria de rua e MP3. Não sabíamos se continuaríamos existindo. Depois, as coisas começaram a andar por meio de direitos autorias e até com a boa ação das pessoas. Fomos nos organizando, as entidades de direitos autorias dos artistas tentam buscar um monitoramento melhor das nossas obras. Apesar de não vendermos mais tantos discos, nossa música está em cinema, TV e outros lugares”, concluiu.

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